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Ricardo Oliveira serĂ¡ leal ao Santos, mas valores nĂ£o agradam, diz agente

Augusto Castro, empresário do camisa 9, diz ter quatro ofertas, mas que não irá negociar com nenhum clube antes de esgotar tratativas com o Peixe. Ele explica 'novela' da renovação

Para os santistas que esperam ansiosamente pela renovação de contrato de Ricardo Oliveira, o empresário do jogador, Augusto Castro, dá um recado: a negociação não deve ter um desfecho antes do clássico contra o São Paulo, que acontece no domingo. E o caso só terá um final feliz para o Peixe em caso de melhora na proposta financeira para o atacante, já que o que foi apresentado até agora não agradou.

Em entrevista ao LANCE!, o agente explicou porque as conversas sobre a permanência do camisa 9 na Vila Belmiro se tornaram uma novela e revelou que o clube não quis deixar a renovação engatilhada no início do ano, mas prometeu lealdade ao Santos, apesar de ter recebido propostas de quatro clubes do Brasil. Alvo do São Paulo para o Brasileirão, ele também foi procurado pelo Palmeiras.

Augusto Castro disse que o acerto "depende muito mais do Santos" e encerrou a conversa com o LANCE! por telefone com uma pergunta: "Dentre os 15 principais centroavantes do Brasil, considerando valor e rendimento, em qual posição o Ricardo Oliveira se encontra?"

Confira abaixo a entrevista completa:

LANCE!: O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, sempre demonstra confiança na renovação do contrato do Ricardo, mas as negociações têm se arrastado. Em que estágio estão as conversas?
Antes de qualquer coisa, quero esclarecer algumas coisas. Primeiro ponto: O Ricardo é extremamente agradecido ao Santos, mas houve uma oportunidade dada pelos dois lados. O Santos deu a chance, e o Ricardo também cooperou para que isso acontecesse, apostou no clube, que vinha em um momento turbulento. Isso começou em setembro do ano passado, quando insisti para ele ir para lá, mas o Santos recusou. Em janeiro também estava difícil, mas graças a muito esforço, sobretudo do Clodoaldo, o negócio foi possível. O segundo ponto é que, ao contrário do que tem sido dito, o contrato do Ricardo nunca foi de R$ 40 mil. Não houve proposta de R$ 80 mil para renovação. Nem de R$ 150 mil.
L!: O Santos não abriu as conversas com esse valor?
Comentou, é verdade, mas não foi oficial. E nunca se falou em contrato de produtividade. Mas, retomando, o terceiro ponto é o seguinte: nossa relação com a diretoria do Santos é de muita lealdade, não abri negociações com outros clubes, até por orientação do Ricardo também. O que não quer dizer que não chegaram propostas. Quatro clubes do Brasil fizeram proposta em caráter oficial. Houve também ofertas do Qatar, Arábia e Estados Unidos.

L!: O que falta para fechar?
Nós já temos um acordo que o contrato será pelo menos até dezembro de 2017, concordamos também com um cargo de gerência posterior à aposentadoria, para ele iniciar uma atividade. Também já concordamos que faríamos a renovação a partir de 1º de maio e que haveria uma parte em carteira e outra em imagem. Porém, ainda não chegamos a um valor de consenso. O número proposto pelo Santos não é o número imaginado pelo Ricardo. Ouvimos, é claro, mas não atende à expectativa dele. Por isso, ficamos de ter uma nova conversa para fazer uma contraproposta.

L!: O clube sabe quanto o Ricardo quer para fechar?
Até agora, o Ricardo nunca falou um número. A única vez foi no começo do ano, quando ele disse que aceitaria até um salário mínimo.

L!: Como assim?
No dia em que a gente estava acertando, antes mesmo de chegar a um acordo, colocamos um papel em branco para a diretoria do Santos. Por qualquer valor ele assinaria, até por um salário minimo. No fim do dia. o Clodoaldo sugeriu o numero, que é publico, de R$ 50 mil, e aí topamos. Pela história, trajetória e patrimônio adquirido, o Ricardo não estava desesperado, mas confiava no potencial dele, queria provar do que era capaz. Até hoje ele recebe proposta da Arábia. E confesso: eu era contra esse valor, mas era uma vontade do Ricardo, e eu não podia ir contra. Agora, no entanto, vamos ser profissionais e discutir isso de outra forma.
L!: Qual a chance de a renovação ocorrer? Você está otimista?
Não dá para dizer se está perto ou longe, porque o Ricardo não respondeu, ele está com muita cautela. Vamos supor que o Ricardo começa a negociar agora e perde o clássico domingo. Aí as pessoas vão chamá-lo de mercenário. Ele mesmo está se preservando e já avisou que não falará com outro clube em caráter oficial. O Ricardo tem um projeto. Quer a classificação, o título, a artilharia. Tudo isso fechará o projeto estabelecido por ele em janeiro. Por isso, as conversas estão em stand by. Pode ser até que haja uma conversa antes, nossa relação com a direção do Santos é muito, muito boa, e não deixaremos de ser leais.

L!: O Santos cogitou deixar a renovação engatilhada no início do ano e o Ricardo não quis?
Pelo contrário. Ressalto que o Modesto tem contato direto com a gente, nos trata com excelência, se mostra preocupado, mas temos que dizer que não é culpa do Ricardo se não tem um contrato pronto. Foi uma sugestão nossa deixar um pré-contrato, e o clube não quis.

L!: Vocês sugeriram?
Sim, em dois momentos. Primeiro logo no acerto. Não quiseram. Depois, quando o Ricardo se destacou na avaliação física, voltei a propor. Você concorda que agora não seria correto falar que o Ricardo tem que tomar a decisão rapidamente, não é? E mais: em janeiro, o Ricardo não era a primeira opção.

L!: Era o Walter...
Isso mesmo!

L!: O cenário hoje é otimista ou pessimista quanto a permanência dele no Santos?
O cenário é otimista porque as partes querem fazer o negócio, mas depende muito mais do Santos, não depende tanto do Ricardo. Para encerrar, quero deixar uma pergunta-chave: dos 15 principais atacantes do Brasil, considerando custo e aproveitamento, onde o Ricardo se enquadra? Eu sou suspeito para falar, ele já ganhou Champions, Uefa, títulos pela Seleção...

Fonte: Bruno Cassucci - Lancenet

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