Por parceria, Santos se compromete a mandar 30% dos jogos no Pacaembu
Presidente Modesto Roma Júnior diz que clube não tem condições de administrar estádio, mas faz aceno a empresas interessadas na gestão; sexta tem chamamento
O Santos não irá responder ao chamamento público lançado pela Prefeitura de São Paulo em busca de gestores para o estádio do Pacaembu. A diretoria alvinegra, porém, indicou a possíveis parceiros que aceita um acordo para mandar um limite de 30% de suas partidas no local, desde que não haja qualquer investimento do clube.
O prazo final para demonstrar interesse no controle do complexo é esta sexta-feira, dia 20. A Secretaria de Esporte quer avaliar o mercado antes de lançar um edital para a concessão do estádio.
O documento prevê que devem ser aplicados ao menos R$ 200 milhões na modernização do lugar, cujo custo de manutenção hoje é de R$ 9 milhões por ano.
– O Santos se compromete a jogar 30% de seus jogos no Pacaembu. Ponto. O Santos não investe, não gasta, não faz manutenção – disse o presidente alvinegro, Modesto Roma Júnior.
Segundo o cartola, o clube não tem condições de gerir o estádio sozinho. Ao assumir seu cargo, em janeiro, o dirigente classificou o momento financeiro da agremiação como "muito grave" – na mesma época, alguns atletas foram à Justiça para cobrar três meses de salários atrasados.
– O Santos é um usuário do Pacaembu. Pode ser sua segunda casa? Pode, desde que não traga ônus ao clube. Não é momento de investir – completou Modesto.
De acordo com o presidente, é provável que, nesta sexta-feira, alguma empresa se apresente como interessada na concessão do estádio. Ele contou que conversou com potenciais parceiros e que deixou claro que o clube tem intenção de mandar mais jogos na capital, mas que não há nada assinado nesse sentido.
– Precisamos jogar em São Paulo, temos torcida em São Paulo, temos que ter atenção à torcida em São Paulo. O Santos é de Santos, de São Paulo, do mundo.
A diretoria tem planos também de excursionar pelo país durante o Campeonato Brasileiro, até para ampliar receitas, já que as rendas de bilheteria na Vila Belmiro costumam ficar abaixo das expectativas.
– É gigantesca a torcida do Santos que já lotou o Maracanã diversas vezes, que lota as arenas em Brasília, em Cuiabá e outras. O Santos precisa ter essa grandeza, precisamos estar acordados para isso. Agora, não dá para se aventurar no Pacaembu.
Segundo Modesto, atuar em São Paulo nesse modelo não invalida uma outra proposta que está em sua mesa, apresentada no início do ano pela WTorre, construtora que ergueu o novo estádio do Palmeiras. A empresa estuda a construção de uma arena para o clube em Santos, num terreno próximo ao CT Rei Pelé.
– É um projeto, uma conversa que tivemos com o Walter (Torre, presidente do conselho de administração da construtora). Uma conversa muito boa, com um profissional muito sério, que sabe que o Santos não tem dinheiro para investir. Se o Walter Torre, que é especialista na área, acha que tem espaço comercial para uma arena em Santos, ótimo, estamos lá – afirmou o presidente santista.
Fonte: Leonardo Lourenço - GloboEsporte.com